24 de setembro de 2009

O AVANÇO CONTRA A AIDS.

FONTE: EFE

      Um grupo de cientistas dos Estados Unidos e Tailândia apresentou nesta quinta-feira em Bangcoc uma vacina que reduz o risco de contágio da AIDS em 31,2% após haver realizado testes em 16 mil voluntários, no que supõe a primeira vez que se consegue frear a doença com este tipo de remédios.
     "Estes resultados indicam que a consecução de uma vacina para frear a AIDS eficaz e segura é possível", destacou o coronel Nelson Michael, diretor da divisão de Retrovirologia do Instituto de Pesquisa do Exército Walter Reed dos Estados Unidos.
     O resultado se anunciou na capital tailandesa por membros do grupo que colabora na pesquisa: o Exército dos EUA, o Ministério da Saúde da Tailândia, o Instituto Fauci, Sanofi-Pasteur e Global Solutions for Infectious Diseases.
     O doutor Anthony Fauci disse que ainda não é momento de euforia, mas "não existe qualquer dúvida que é um resultado muito importante", após 20 anos sem avanços.
     A vacina em testes é conhecida como RV 144 e mistura duas fórmulas genéticas que não tinham funcionado antes com humanos e que nesta ocasião protegeram 31,2% dos voluntários. O estudo começou em 2003, contou com 16.402 voluntários - homens e mulheres ente 18 e 30 anos de idade - e começou com a aplicação da vacina à metade e de placebo ao resto.
      Das pessoas que receberam placebo, se infectaram 74; enquanto no outro grupo, só 51. O doutor Fauci assinalou que normalmente os cientistas consideram factível uma vacina quando seu índice de efetividade supera 70%, mas no caso da AIDS qualquer proteção já é um avanço.
     Um relatório mais detalhado das provas se apresentará na Conferência de Vacinas da AIDS que será realizada em Paris de 19 a 22 de outubro.

18 de setembro de 2009

NOTA RÁPIDA - GREVE DOS BANCÁRIOS!

É incrível a falta de vergonha dos bancos do nosso país. Mesmo com a crise mundial, continuam do topo da lista dos mais lucrativos do mundo, e mesmo assim, reijeitam o aumento real dos salários dos funcionário, inclusive diminuindo o valor da PLR.

Segue abaixo um trexo da reportagem da Folha de São Paulo, que fala também de outros movimentos grevistas que estão em andamento:














Metalúrgicos fazem greve e bancários ameaçam parar
do Agora
da Folha de S.Paulo


     Cerca de 40 mil metalúrgicos do ABC entraram em greve ontem por tempo indeterminado após recusarem proposta de reajuste salarial de 5,2%, considerada inferior ao esperado.
A categoria quer 2% de aumento real de salário mais 4,4% de inflação e abono equivalente a 40% do salário médio.
     "Vamos cruzar os braços até que as empresas assumam compromisso com essa proposta", afirmou Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Na região, apenas funcionários das montadoras fecharam acordo, com aumento de 6,53%. Em Itu (103 km de São Paulo), cerca de 5.000 trabalhadores das indústrias de autopeças e máquinas pararam as atividades ontem por uma hora.


BANCÁRIOS

     Os bancários também ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima quinta. Ontem, o comando nacional da categoria rejeitou, em negociação com os bancos, proposta de 4,5% de reajuste feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) a 415 mil bancários do país. Eles pedem reajuste de 10% e PLR de três salários mais R$ 3.850 fixos. A assembleia dos trabalhadores será realizada no dia 23, em São Paulo, para definir sobre a greve caso a Fenaban não apresente nova proposta.

     "Os banqueiros perderam mais uma chance para buscar um acordo na mesa de negociação, ao apresentar um reajuste que não prevê aumento real de salários e PLR menor do que no ano passado, apesar de se manterem entre os setores mais lucrativos do país", disse Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e membro do Comando Nacional dos Bancários.


CORREIOS



      Depois de dois dias de greve, 2,1 milhões de correspondências já estão com a entrega atrasada na Grande São Paulo.
      A empresa diz que a zona postal da região metropolitana recebe 7 milhões de correspondências por dia.
Em assembleias realizadas ontem em todo o país, os servidores rejeitaram a proposta de aumento salarial de 9% que serviria para atender às reivindicações deste ano e do ano que vem. Ou seja, não poderia haver campanha salarial em 2010. Além disso, haveria mais um aumento linear para todos de R$ 100 em janeiro de 2010. O sindicato irá apresentar uma nova contraproposta.


15 de setembro de 2009

CUIDADO! O SEU CORPO É UMA MÁQUINA!

 Olá amigos! Achei uma matéria muito interessante na Revista Uma/ Edição 104, e decidi compartilhar com vocês. Em tempos de pressão e estresse, vale a pena cuidar do corpo e ficar atento aos sinais do nosso corpo!
BOA LEITURA!
      Lidar com as pressões cotidianas, em qualquer que seja a profissão, muitas vezes pode nos levar ao limite do nosso desgaste. Quando o estresse se reflete em cansaço no fim do dia, mas uma boa noite de sono se encarrega de renovar as energias, é sinal de que você pode precisar de férias, algo completamente normal em determinadas fases do trabalho. O problema é quando a situação de desgaste é tanta, que afeta a memória, a disposição física e impede o indivíduo de seguir com o resto de suas atividades.

       Um alerta importante para todos que trabalham demais ou acham que podem administrar várias coisas ao mesmo tempo: Cuidado! Ou você para, ou seu corpo para por você!
A estafa ou o esgotamento profissional é resultado de um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho. De acordo com uma estimativa divulgada em 2008 pelo Isma Brasil, que desenvolve trabalhos para controlar o estresse, cerca de 30% dos trabalhadores brasileiros são afetados pelo mal.

       
     “A Síndrome da Estafa Profissional, ou Síndrome de Burnout, descrita em 1974, é uma doença psicológica caracterizada por um sentimento de fracasso, exaustão emocional, redução da realização pessoal e insensibilidade do indivíduo em relação ao seu trabalho e todos aqueles envolvidos no exercício de sua profissão”, explica a psiquiatra do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Alexandrina Meleiro.

       Sabe a máxima que diz que quando não ouvimos nosso corpo, ele para por nós? É exatamente por aí. “A Síndrome da Estafa Crônica pode ser identificada quando os sintomas não desaparecem mesmo após um período de descanso ou afastamento”, afirma a especialista.
Dor de cabeça, insônia e problemas gastrointestinais são alguns dos sintomas físicos que podem aparecer em conjunto com o cansaço excessivo e aparentemente não justificado.
Conhecida também como Síndrome do Esgotamento Profissional, a Síndrome de Burnout é resultado de um processo iniciado com excessivos e prolongados níveis de estresse no trabalho.
De acordo com a psicóloga Malu Rossi, do Centro Psicológico de Controle do Estresse, a doença afeta especialmente os profissionais obrigados a manter contato próximo com outras pessoas, como médicos, enfermeiros, bombeiros, policiais, professores e psicólogos.

      “Os funcionários de companhias aéreas, devido aos acidentes e transtornos que têm atingido atualmente a Aviação Brasileira, também estão no grupo de alto risco para desenvolver a síndrome”, informa a psicóloga.

      Segundo o livro Burnout: Quando o Trabalho Ameaça o Bem-Estar do Trabalhador, da psicóloga Ana Maria Benevides Pereira, publicado em 2002, boa parte dos sintomas também é comum em casos de estresse convencional. A diferença é que o profissional com estafa crônica passa a tratar mal os colegas de trabalho, amigos, familiares e até mesmo as pessoas de quem deveria cuidar. Uma das principais causas da síndrome é a baixa realização profissional, com longas jornadas de trabalho, sobrecarga de tarefas e salário abaixo do esperado ou merecido.
     O termo Síndrome de Burnout resultou da junção de burn (queima) e out (exterior), ou seja, quando a pessoa está física e emocionalmente abalada, resultando em exaustão e em um comportamento agressivo e irritadiço. Como o tratamento da síndrome é feito por meio de acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico, muitas vezes é necessário o uso de medicamentos, como analgésicos, ansiolíticos ou antidepressivos, por isso é essencial procurar perceber os sintomas e buscar ajuda antes que seja necessário gastar tempo e dinheiro cuidando do problema.

      A principal diferença da estafa para a depressão é que na primeira a irritabilidade é muito maior do que a tristeza, que caracteriza o quadro depressivo. Logo, se você está sentindo seus nervos à flor da pele sem nenhuma chance de controle ou melhora a curto prazo, vale a pena rever seus conceitos: será que não há como mudar sua realidade profissional? Ou ao menos buscar formas de tornar sua vida fora do trabalho mais saudável e divertida?

      “As vítimas da síndrome podem desenvolver dores musculares, enxaqueca, gastrite, síndrome do intestino irritável, insônia e, até mesmo, doenças graves, como hipertensão, diabetes, alcoolismo, dependências de outras drogas e depressão. Muitos acabam precisando se afastar do emprego. Desses, apenas um terço consegue retornar”, alerta a psiquiatra Alexandrina Meleiro, da USP.

      Então, antes que seu corpo trave e seja preciso tomar uma atitude mais drástica, procure desde já colocar mais positividade em seu dia a dia. Praticar exercícios, ter horários regulares de sono (mesmo que você trabalhe à noite e seja preciso dormir de dia) e buscar mais qualidade de vida, mesmo que isso signifique uma queda nos ganhos mensais, sua saúde agradecerá. Sim, é isso mesmo: o ideal é mudar de vida, senão as consequências podem ser muito mais graves.

      Primeiro, é necessário identificar as causas do estresse para aprender as melhores formas de se adaptar. Para tanto, a psicoterapia é um dos métodos mais eficientes.

      “Desenvolver uma atividade social ou voluntária, por exemplo, também ajuda o paciente a dar uma nova dimensão para sua vida. Recomenda-se ainda adotar uma alimentação saudável, evitar o cigarro e as bebidas
alcoolicas, dormir bem e praticar uma atividade física prazerosa”, afirma Alexandrina.

      A doença pode afetar de executivos a donas de casa. Em comum, pessoas
propensas à síndrome costumam ser críticas, muito exigentes consigo mesmas e com os demais, e possuem maior dificuldade em lidar com situações. “A pessoa é carreirista, ambiciosa e se excede nas horas de trabalho, imaginando-se insubstituível”, explica a psicóloga. Só que os hospitais e consultórios médicos estão cheios de pessoas insubstituíveis que são forçadas a parar de trabalhar pelas mais diversas doenças.

As 5 fases da síndrome

1- IDEALIZAÇÃO: acredita que vai mudar tudo, que fará um trabalho impecável. É a fase inicial na qual o indivíduo demonstra enorme empenho.

2- FRUSTRAÇÃO: depara-se com as restrições de pessoas e do local de
trabalho, em face das mudanças que imaginava promover.

3- INDIFERENÇA: passa a executar as tarefas mecanicamente e torna-se
gradualmente frio e muito crítico, falando mal da empresa e dos colegas.

4- ADOECIMENTO: aparecem sintomas psicossomáticos (ansiedade, depressão) e distúrbios físicos, determinando muitas vezes o afastamento.

5- RESSURGIMENTO: os estudos mostram que 30% dos pacientes conseguem transformar o próprio trabalho, outros 30% adoecem e são
afastados definitivamente, enquanto os demais mudam de ramo.

Causas, sintomas e tratamentos

CAUSAS:
* Tempo insuficiente de descanso e de férias
* Envolvimento excessivo com o trabalho
* Sensação de incapacidade e incompetência
* Alta expectativa com relação ao trabalho e consigo mesmo
* Frustração ao se deparar com a realidade
* Raiva
* Inadequação pessoal
* Problemas financeiros
* Falta de estrutura emocional para lidar adequadamente com perdas e frustrações

SINTOMAS GERAIS:
* Irritabilidade
* Pessimismo
* Baixa autoestima
* Frustração
* Falta de energia
*Despersonalização: vítima passa a tratar os outros de forma fria, como se fossem objetos
* Distanciamento emocional e social
* Desmotivação
* Afastamento dos familiares e dos amigos

SINTOMAS FÍSICOS:
* Alcoolismo
* Compulsão por comida
* Depressão
* Dor de cabeça
* Dores musculares
* Dor na coluna
* Gastrite
* Hipertensão arterial
* Insônia

TRATAMENTOS:
* Psicoterapia
* Afastamento do trabalho
* Realização de atividades físicas com regularidade
* Envolvimento com trabalhos voluntários ou sociais
* Bom sono
* Cultivar e manter interesses diversos fora da área profissional
* Manter equilíbrio entre a vida profissional e a familiar
* Fazer relaxamento ou meditação
* Alimentação balanceada e em horários regrados

Fonte: Revista Uma/ Edição 104

Por Isabelle Lindote



                                                             FIM

                                                 x    x    x    x    x    x

Portanto caros amigos, espero tenham gostado!
Amanha tem mais post.










 NÃO SE ESTRESSE COM A VIDA!

10 de setembro de 2009

Venezuela reconhece independência de regiões rebeldes da Geórgia!

       Olá amigos! As aulas de Ciência Política tem abordado sobre os elementos que constituem o Estado. Hoje, passeando pela rede, encontrei uma notícia publicada pela REUTERS sobre a "guerra" entre Rússia e Geórgia (Apoiada pela União Européia e os EUA) no reconhecimento da independência da Geórgia Ossétia do Sul e Abkhazia. Essas duas regiões se rebelaram contra a Geórgia e a Rússia as reconheceu independentes em agosto do ano passado.
       Agora foi a vez de Hugo Chávez e a Venezuela reconhecerem esta independência. Segue abaixo a matéria, que com certeza pode ilustrar ainda mais nossos debates sobre "Estado" e "Território".

                                                                   X   X   X  

       O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta quinta-feira que estava reconhecendo as regiões rebeldes da Geórgia Ossétia do Sul e Abkhazia como Estados independentes, um incentivo à campanha de Moscou para a aceitação internacional das duas localidades pró-Rússia.
       Durante visita a Moscou, Chávez disse ao presidente russo, Dmitry Medvedev, que seu país irá considerar as duas regiões -- vistas pela maior parte do mundo como pertencentes à Geórgia -- Estados soberanos "a partir de hoje", reportaram agências de notícias russas.

       Até quinta-feira, a Nicarágua era o único país além da Rússia a reconhecer as duas regiões como independentes. "A Venezuela se junta ao reconhecimento da independência das repúblicas da Abkhazia e Ossétia do Sul", afirmou Chávez, segundo a agência russa de notícias Interfax.

       "A partir de hoje nós reconhecemos essas duas repúblicas", acrescentou Chávez segundo a agência.

       A Rússia reconheceu a independência das duas regiões em agosto de 2008 depois de frustrar militarmente uma tentativa da Geórgia de retomar a província separatista da Ossétia do Sul, que se separou do governo de Tbilisi no início dos anos 1990 e têm criado suas próprias relações desde então. Os aliados de Moscou na antiga União Soviética, temerosos de criar precedentes que poderiam ameaçar sua própria soberania, têm resistido até o momento às pressões de Moscou para e reconhecer a Ossétia do Sul e Abkhazia. A Geórgia, apoiada pela União Europeia e Estados Unidos, condenou a medidas patrocinadas pela Rússia como ilegais e pediu que sua integral territorialidade fosse respeitada.


FONTE:
REUTERS
Guy Faulconbridge
Em Moscou
                                                                    X   X   X  


 E então amigos?

Geórgia Ossétia do Sul e Abkhazia já podem ser considerados "Estados"??

Um grande abraço! Até a próxima.

Na imagem acima, temos a Rússia, A Geórgia e as regiões Ossétia do Sul e Abkhazia, que buscam o reconhecimento de Estados independentes.

9 de setembro de 2009

Corrida armamentista! A vez do Brasil!

Caros amigos,

segunda-feira, 7 de setembro, o governo do nosso país aproveitou a presença de Nicolas Sarkozy em Brasília para anunciar a intenção de comprar equipamentos militares da França. Depois de mais um escândalo no Senado, de mais discussões sobre o Pré-Sal e da classificação da Seleção Brasileira para mais uma Copa do Mundo, vamos gastar aproximadamente 8,5 bilhões de euros, relativos à compra de helicópteros de combate, à construção de quatro submarinos convencionais além da construção de um submarino nuclear. Sem dúvidas, trata-se do maior contrato militar já assinado pelo Brasil.
     
       Mas afinal, qual a explicação para essa compra? Estará o Brasil finalmente tentando reforçar sua posição estratégica dentro da região? Seria essa uma forma de se opor à influência americana sobre o continente sul-americano?
     
       Segundo o especialista em política de segurança do Instituto Alemão de Estudos Mundiais e Regionais, Daniel Flemes, "o fato de o Brasil estar procurando parceiros fora da América Latina, em busca de know-how tecnológico, pode provocar uma corrida armamentista no continente, e pode ser um entrave para uma maior colaboração com os países vizinhos no setor de defesa".
       Já o analista brasileiro Thiago de Aragão, que estuda essa corrida armamentista da América Latina, diz que o Brasil pode criar no continente um possivel palco de confrontos geopolíticos entre grandes potências estrangeiras. Vale lembrar que, caso confirmada a compra dos armamentos e a troca de tecnologias, a França se tornará a principal fornecedora de armas do Brasil, os Estados Unidos a principal fornecedora da Colômbia e a Rússia a principal fornecedora da Venezuela. Para Thiago de Aragão, o Brasil "deveria dar o exemplo, não contribuindo para a criação deste cenário".

       Particularmente, acredito o Brasil está procurando reforçar sua posição no eixo Sul do continente. A troca de tecnologia com a França será importante para que nosso país desenvolva a capacidade de produzir parte de seu armamento, aumentando a nossa importância no quadro da defesa sul-americana. Claro que não posso esquecer que essa "independência" nos desvincula um pouco mais dos Estados Unidos, e eu acho isso ótimo! Vale lembrar que a costa brasileira é uma das maiores do planeta, e que esta possui a recente descoberta do petróleo no Pré-Sal.  Preservar esse "ouro" é imprescindível, visto que o petróleo tem sido palco de grandes conflitos no mundo.
       Concordo plenamente com a opinião do professor de Relações Internacionais da Universidade San Andrés, de Buenos Aires, Juan Gabriel Tokatlian. Para ele, o acordo militar entre Brasil e França terão impactos significativos. Segundo Juan Grabriel, "é o fim do que alguma vez foi uma relação militar privilegiada entre Brasil e Estados Unidos. Isso não significa nenhum tipo de tensão entre Brasília e Washington, mas a confirmação de que o Brasil procurará uma política crescente de autonomia militar".

       Então? O que vocês acham? Deixando de lado os questionamentos sociais de como e onde esses recursos poderiam ser investidos, podemos dizer que o governo está certo? Será que finalmente começamos a deixar de ser o "país que vive deitado eternamente em berço esplêndido", nos afirmando como país líder?

        Mais uma pergunta. Não estaria o governo brasileiro "forçando" os EUA a melhorarem sua proposta, inclusive autorizando a transferencia de tecnologia de lá pra cá? Aí tem viu?

Um forte abraço!
Aguardo os comentários!
 
Lula, Sarkozy e o acordo de 8,5 Bi de Euros.. Inicio de conflitos geopoliticos ou necessidade estratégica?

8 de setembro de 2009

Pra onde vão os recursos do Pré-sal?

Britto abre Conferência da Amazônia e reivindica Pré-sal para meio ambiente. (Fonte: Site da  OAB )

Manaus (AM), 04/09/2009 - O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, ao discursar hoje (04) na abertura da Conferência Nacional sobre Direito Ambiental e a Questão da Amazônia, destacou a importância da criação de um fundo destinado ao meio ambiente previsto nos projetos sobre o Pré-sal enviados ao Congresso Nacional na última semana. "O dinheiro do fundo, se aprovado pelo Congresso, poderá ser aplicado em projetos de energia renovável e até na tecnologia cara e ainda em fase experimental de captura e armazenamento de carbono no fundo do mar, conhecida pela sigla em inglês CSS", afirmou. Britto fez as afirmações para uma plateia de que lotou o Teatro Amazonas, dirigindo-se aos convidados do evento que teve como principal estrela a ex-ministra do Meio Ambiente e senadora Marina Silva (PV-AC).

Participaram da abertura da Conferência também a secretária-geral da entidade, Cléa Carpi da Rocha, e o diretor-tesoureiro Ophir Cavalcante Junior, e os membros honorários vitalícios e ex-presidentes da OAB Nacional Ophir Filgueiras Cavalcante e Roberto Busato. Em seu pronunciamento na abertura, Cezar Britto disse ainda que a consciência quanto ao desafio sobre a preservação do meio ambiente, particularmente de preservação da Ama\õnia, "infelizmente, ainda não é uma causa popular". Ele acrescentou: "Apesar das evidências, como o desequilíbrio climático e o aquecimento global, a gravidade da questão não chegou ainda, como precisa chegar, ao cidadão comum, ao empreendedor".

A expectativa dos dirigentes da OAB e organizadores da Conferência é de que ela reúna mais de 1 mil participantes - entre advogados, magistrados, membros do MP, professores, pesquisadores e estudantes -, de hoje até domingo, quando será encerrada com a "Carta de Manaus", alinhavando as principais preocupações e sugestões debatidas no evento. De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Direito Ambiental da OAB e conselheiro federal pelo Amazonas, Oldeney Sá Valente, até a tarde de hoje mais de 800 pessoas já estavam inscritas para participação nos painéis, que serão desenvolvidos no hotel Tropical.
Para ler na íntegra do discurso do presidente nacional da OAB na abertura da Conferência Nacional sobre Direito Ambiental e a Questão da Amazônia, visite o link http://www.oab.org.br/noticia.asp?id=17930 .

Essa discussão sobre o Pré-Sal ainda vai longe, afinal, o que o povo brasileiro vai ganhar com ele??

7 de setembro de 2009

O Brasil de DaMatta.

Olá amigos! Neste primeiro post do Blog quero deixar um texto relacional que produzi a pedido do professor Sebastião Marques, da matéria Oficina de Leitura e Escrita. O texto relaciona o primeiro capítulo do livro "O que faz o brasil, Brasil?", com a ilustração que antecede este mesmo capítulo. Espero que gostem!
Na gravura abaixo, o escritor Roberto DaMatta.
REFLEXÕES SOBRE UMA IDENTIDADE ILUSTRADA DO POVO BRASILEIRO
Por Moisés Nascimento
DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? Capítulo 1: O que faz o brasil, Brasil? A questão da Identidade. Rio de Janeiro: Rocco: 1986.  
A primeira impressão que temos ao visualizar a ilustração do primeiro capítulo do livro “O que faz o brasil, Brasil?”, do escritor Roberto DaMatta, é de estar diante de um contorcionista equilibrista. A imagem, desenhada pelo chileno Jimmy Scott, retrata um homem deitado no chão, levando as pernas ao alto da cabeça, e equilibrando uma cadeira com a ponta da língua usando apenas uma das quatro pernas do objeto. A cena, apesar de curiosa e digna de um espetáculo circense, exprime várias das idéias de DaMatta a respeito do povo brasileiro, expostas no capítulo um, intitulado: “O que faz o brasil, Brasil? A questão da identidade”.
O escritor começa explicando ao leitor o porquê do título, relacionando o “brasil,”com b minúsculo, à colônia, à terra sem raízes. Ao Brasil com b maiúsculo, DaMatta refere-se à nação, ao país construído por brasileiros. Mergulhados nessa construção, os valores, o comportamento, as preocupações, as alegrias e até o jeitinho malandro, tantas vezes exaltado em poemas e canções, como se a malandragem fosse uma de suas características mais notáveis.
A ilustração de Jimmy Scott, quando relacionada às palavras de DaMatta, acabam por revelar muito da identidade de um típico brasileiro. Metaforicamente, acabamos associando o contorcionismo da imagem a essa malandragem, essa esperteza, essa criatividade que muitas vezes torna o impossível, possível. Quanto a equilibrar a cadeira com a ponta da língua, muitos brasileiros, certamente, afirmariam ser, esta ação, mais fácil que equilibrar as contas do lar, administrar lazer e trabalho, ou ainda, educar os filhos.
No capitulo um, DaMatta afirma existirem dois modos básicos de analisar a construção da identidade brasileira: através de dados precisos ou relativos, que acabam nos constatando que o país não é o que gostaríamos que fosse; e através de dados sensíveis e qualitativos, onde somos o que, para nós, vale a pena. Nos dois casos o povo é a base, o alicerce, assim como o personagem da gravura. Faz parte das estatísticas, dos números, das análises, que revelam as dificuldades e os problemas, tal qual o contorcionismo e o equilibrismo. É também este povo que se orgulha dos seus feitos, de sua alegria espontânea, da sua criatividade, características essas comparáveis aos feitos do personagem da ilustração.
Mas essas duas formas acabam por serem excludentes, pois dividem a sociedade brasileira em dois mundos que intrinsecamente são um só. É como se o Brasil fosse um grande circo, onde o brasileiro, representado pelo equilibrista da gravura, se apresenta para um grande público, cheio de luzes e magia, onde o picadeiro é o palco daquilo que o artista faz de melhor. Mas, antes e depois do espetáculo, o artista é tão humano e tão real como qualquer cidadão, cheio de dificuldades, obrigações, tão parte dos números e estatísticas como qualquer outra pessoa. O problema talvez esteja em enxergar o circo apenas como ele é na hora do show, e estar tão envolvido com a sua magia ao ponto de não perceber os furos de sua lona, a roupa rasgada do artista, ou a estrutura precária de suas arquibancadas. É carregar o Brasil de temporalidade, tão eterna quanto dura um show circense, o carnaval, ou até mesmo uma partida de futebol.
Um fator importante citado, brevemente, por DaMatta no primeiro capítulo de seu livro é a relação que a língua tem com a identidade do brasileiro. É a língua que sustenta muitas das diferenças e igualdades, e é a linguagem que estabelece grande parte da identidade sociocultural desse povo. Curiosamente, a gravura de Jimmy Scott apresenta o personagem com a língua exposta, que sustenta uma cadeira. Certamente a intenção do desenhista não foi de apenas aumentar a dificuldade da ação do personagem, mas talvez de mostrar que nossa língua sustenta o peso da origem burguesa que aqui atracou e reinou por muitos anos. As idéias, de trono e de rei, refletem negativamente até hoje em nossos lares e instituições, sejam elas jurídicas, políticas ou sociais. Nelas, o detentor do posto mais alto é sempre visto como alguém distante do povo, e este, por conseqüência, acaba possuído pelo resquício absolutista, esquecendo sua origem, e acreditando que pode, assim como um rei, usar do poder a ele conferido como bem entender.
A cadeira, na gravura, acaba por representar o estado, que deveria dar conforto à sociedade, e não ser sustentada por ela de forma tão desigual.  Um equilibrismo praticamente impossível, mas real e presente nas relações sociais do país. A cadeira acaba assumindo seu significado mais simples, um “banco com encosto”, onde alguns se encostam, sentindo-se rainhas e reis, donos de um poder e um prestígio que, na verdade, não são pessoais. Já a língua, representa a própria língua portuguesa, que carrega consigo a descendência européia advinda de Portugal, não só da linguagem, mas dos costumes e da forma de governar, completamente autoritário e excludente. Essa relação divide ainda mais a nação.
Roberto DaMatta conclui falando da capacidade que o brasileiro tem de viver entre duas realidades distintas. No entanto, o escritor alerta para o perigo de a sociedade brasileira viver sem a plena consciência da existência desses dois mundos, e que enquanto ela estiver mergulhada no universo intermediário, construindo sua sociabilidade em alicerce tão flutuante e ilusório, estará condenada às autoflagelações e às crises, sem soluções ou perspectivas de desenvolvimento.
Enquanto acharmos que contorcer-se e equilibrar uma cadeira com a ponta da língua é algo que só podemos ver em espetáculos ou gravuras, continuaremos presos no mundo mágico do intermédio. É preciso acordar e perceber que o show esta em nossos lares, nossos bairros e cidades, nas filas dos hospitais e nos departamentos públicos, nos ambientes de trabalho, e reconhecer que não somos somente espectadores, somos os artistas, os que protagonizam a realidade.
O escritor compara o Brasil a uma moeda, cara e coroa de um mesmo país que juntos, constituem valor, mas que não se relacionam diretamente. Como mudar isso? Por hora, parece mais fácil redesenhar a gravura de Jimmy Scott e colocar a cadeira dando conforto ao personagem. O mais difícil, e correto, é pensar numa forma de transformar a moeda em uma esfera, onde os dois lados constituam um todo, onde cara e coroa se relacionem mutuamente, para finalmente dar ao Brasil a consciência de sua pluralidade, e criar as possibilidades para a sua unificação.