9 de setembro de 2009

Corrida armamentista! A vez do Brasil!

Caros amigos,

segunda-feira, 7 de setembro, o governo do nosso país aproveitou a presença de Nicolas Sarkozy em Brasília para anunciar a intenção de comprar equipamentos militares da França. Depois de mais um escândalo no Senado, de mais discussões sobre o Pré-Sal e da classificação da Seleção Brasileira para mais uma Copa do Mundo, vamos gastar aproximadamente 8,5 bilhões de euros, relativos à compra de helicópteros de combate, à construção de quatro submarinos convencionais além da construção de um submarino nuclear. Sem dúvidas, trata-se do maior contrato militar já assinado pelo Brasil.
     
       Mas afinal, qual a explicação para essa compra? Estará o Brasil finalmente tentando reforçar sua posição estratégica dentro da região? Seria essa uma forma de se opor à influência americana sobre o continente sul-americano?
     
       Segundo o especialista em política de segurança do Instituto Alemão de Estudos Mundiais e Regionais, Daniel Flemes, "o fato de o Brasil estar procurando parceiros fora da América Latina, em busca de know-how tecnológico, pode provocar uma corrida armamentista no continente, e pode ser um entrave para uma maior colaboração com os países vizinhos no setor de defesa".
       Já o analista brasileiro Thiago de Aragão, que estuda essa corrida armamentista da América Latina, diz que o Brasil pode criar no continente um possivel palco de confrontos geopolíticos entre grandes potências estrangeiras. Vale lembrar que, caso confirmada a compra dos armamentos e a troca de tecnologias, a França se tornará a principal fornecedora de armas do Brasil, os Estados Unidos a principal fornecedora da Colômbia e a Rússia a principal fornecedora da Venezuela. Para Thiago de Aragão, o Brasil "deveria dar o exemplo, não contribuindo para a criação deste cenário".

       Particularmente, acredito o Brasil está procurando reforçar sua posição no eixo Sul do continente. A troca de tecnologia com a França será importante para que nosso país desenvolva a capacidade de produzir parte de seu armamento, aumentando a nossa importância no quadro da defesa sul-americana. Claro que não posso esquecer que essa "independência" nos desvincula um pouco mais dos Estados Unidos, e eu acho isso ótimo! Vale lembrar que a costa brasileira é uma das maiores do planeta, e que esta possui a recente descoberta do petróleo no Pré-Sal.  Preservar esse "ouro" é imprescindível, visto que o petróleo tem sido palco de grandes conflitos no mundo.
       Concordo plenamente com a opinião do professor de Relações Internacionais da Universidade San Andrés, de Buenos Aires, Juan Gabriel Tokatlian. Para ele, o acordo militar entre Brasil e França terão impactos significativos. Segundo Juan Grabriel, "é o fim do que alguma vez foi uma relação militar privilegiada entre Brasil e Estados Unidos. Isso não significa nenhum tipo de tensão entre Brasília e Washington, mas a confirmação de que o Brasil procurará uma política crescente de autonomia militar".

       Então? O que vocês acham? Deixando de lado os questionamentos sociais de como e onde esses recursos poderiam ser investidos, podemos dizer que o governo está certo? Será que finalmente começamos a deixar de ser o "país que vive deitado eternamente em berço esplêndido", nos afirmando como país líder?

        Mais uma pergunta. Não estaria o governo brasileiro "forçando" os EUA a melhorarem sua proposta, inclusive autorizando a transferencia de tecnologia de lá pra cá? Aí tem viu?

Um forte abraço!
Aguardo os comentários!
 
Lula, Sarkozy e o acordo de 8,5 Bi de Euros.. Inicio de conflitos geopoliticos ou necessidade estratégica?

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