COLABORAÇÃO - SARA PATRIARCHA
A DISTINÇÃO ENTRE O
PÚBLICO E O PRIVADO
1. As características
e distinções destas esferas:
PÚBLICO PRIVADO
Poder de Império Relação
Jurídica de Coordenação
Coletividade Direito
Individual
Princípios Adm. (Legalidade, moralidade Propriedade/Lucro
eficácia, publicidade) Empreendedorismo
Centralização Resp.
social voluntária
Dever Ò Lei Livre
Iniciativa
Prestação de Contas
Gestão – Controle
Poder de Polícia
Responsabilidade e bem estar social
Poder de Sanção
2. Origem desta dicotomia:
2.1. Apresenta o papel do Estado
e o papel do mercado;
2.2. A esfera privada está ligada
historicamente ao Direito Romano e à então denominada propriedade privada;
2.3. O que difere o público do
privado é a organização e as leis;
2.4. Esta distinção começa com o
surgimento da idéia de Estado (processo de deterioração do feudalismo – séc.
XV). Antes imperava a idéia de propriedade.
2.5. Para que os bens privados
continuem existindo (bens, vida, liberdade), é necessária a presença de uma
esfera forte (a esfera pública);
2.6. Há uma esfera individual que
precisa ser protegido pelo Estado, o que acaba por limitar o poder do próprio
Estado (A segurança dada pelo Estado confere a garantia dos negócios jurídicos
e somente o Estado tem autoridade para sancionar, promovendo assim tal
controle).
3. Conseqüências desta separação:
Direito Público – Direito
Privado: O Estado e a sociedade civil são separados pelo mercado.
4. Princípios da administração pública:
Legalidade
Impessoalidade
Moralidade BUROCRACIA
Publicidade
Eficiência
Obs.: A Burocracia é conseqüência
da Revolução Francesa (Separação do Público e Privado). A visão de Maquiavel da
necessidade de um corpo administrativo para gerir o Estado é profundamente
ligada à idéia de Burocracia.
Quando há um processo de
separação do público e do privado, surge a necessidade da burocracia, que é a
racionalidade do Estado (a aplicação de regras formais). A burocracia é,
portanto, ferramenta do cumprimento dos direitos.
Crítica:
Em alguns aspectos, é sabido que
a burocracia emperra o sistema, à medida que o Estado fica complexo (efeito
perverso). O burocrata tende a zelar pela organização, executando as regras
formais, mas quando o sistema burocrata sofre o efeito perverso, é porque houve
um processo de degeneração no modelo.
5. Importância desta discussão para a compreensão do tema:
Houve a tentativa de se utilizar
todas as ferramentas de gestão privada para gerir a máquina pública, mas o que
se percebe hoje é um sistema híbrido, pois permanecem as práticas burocráticas.
Gestão – É um instrumento para
alcançar o interesse público.
6. O Público/Privado na linha do tempo:
Séc. VX
Consolidação das Monarquias,
fortalecimento do poder do rei. O Estado é absolutista e centralizador.
Maquiavel e Hobbes (em “O Príncipe” e “O Leviatã”) falam em suas obras do poder
absolutista e Estado e patrimônio se misturam (modelo patrimonialista).
Séc. XIII
Revolução Burguesa. O Estado é
liberal. Há separação entre o público e o privado. A função do Estado é garantir a segurança e a
paz.
Séc. XIX/XX
O Estado é Social-Democrata.
Estado visando o bem-estar social (direitos sociais e direitos econômicos que
têm na burocracia seu modelo de gestão - Gestão Burocrática).
Séc. XXI
O Estado é neo-liberal (Há
separação entre o público e o privado) As ferramentas do privado são utilizadas
para a gestão do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário